domingo, 19 de maio de 2013

V Prêmio Carrano de Luta Antimanicomial e de Direitos Humanos


O Comitê de Luta Contra o Genocídio da Juventude Negra foi um dos contemplados... e recebemos com orgulho, mas com o desejo de deixar de existir.

Até quando será necessário se organizar e lutar pelo direito que, de tão elementar deve se garantir aos bichos, às flores, às águas...

Que mundo é esse que nos obriga a ter que lutar e gastar anos precisos de nossas vidas suplicando pelo que há de mais natural no planeta: a vida!

Que normalidade é essa, que naturaliza a desgraça cotidiana, as vezes de cinza e fuzil, outras vezes de terno, gravata e caneta, todas letais.

E enquanto escrevo, mataram mais um.

Queria dizer isso ontem.

Mas travei. A emoção sufocou as palavras.

Obrigado aos organizadores do V Prêmio Carrano de Luta Antimanicomial e Direitos Humanos.

Obrigado Adriana de Cássia Moreira, de quem tivemos a honra de ser presenteados!

Porque loucura é aceitar o mundo como ele é.

Bjs de axé!


O Comitê de Luta Contra o Genocídio da Juventude Negra, Pobre e Periférica de SP foi um dos 13 premiados do V Prêmio Carrano de Luta Antimanicomial e de Direitos Humanos de 2013. A cerimônia de premiação aconteceu em 19 de maio, no auditório da biblioteca Alceu Amoroso Lima, em São Paulo. O prêmio foi criado em 2009 e tem como objetivo dar continuidade à luta de Austregésilo Carrano por uma mudança nas condições de tratamento de pessoas em sofrimento mental, fazendo valer a Lei nº 10.216/2001 da Reforma Psiquiátrica no Brasil. Carrano, cuja história foi contada no livro O Canto dos Malditos e no filme Bicho de Sete Cabeças, foi internado aos 17 anos pelo pai, que encontrou um cigarro de maconha em sua mochila. No manicômio, recebeu choques, torturas e tratamentos subhumanos. Por isso foi, até a sua morte, em 2008, foi um incansável defensor da Luta Antimanicomial no Brasil. 

O troféu é entregue anualmente a pessoas e instituições que com sua arte, ações e atitudes contribuem com os dois temas do prêmio, que manifestam e denunciam sua indignação com quaisquer violações dos Direitos Humanos, especialmente no que se refere às pessoas em condições de sofrimento mental. A entrega do prêmio, que em 2012 homenageou o escritor Lima Barreto, foi marcada por apresentações artísticas e muita emoção.


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